A
produção de histórias em quadrinhos, com desenhos e textos em espanhol,
pelos alunos, é uma das atividades desenvolvidas pela professora Fátima
Regina Spillari. Ela leciona na Escola Estadual de Ensino Médio Carlos
Kluwe, no município gaúcho de Bagé, a cerca de 60 quilômetros da
fronteira com o Uruguai. “Os alunos têm interesse nas aulas de espanhol,
pela possibilidade de fazer amizades, conhecer pessoas e trocar ideias
pela internet”, diz. De acordo com a professora, os estudantes viajam
com frequência ao Uruguai. Muitos deles têm familiares do outro lado da
fronteira.
Segundo Fátima Regina, os estudantes têm curiosidade pelo significado
e pela pronúncia de determinadas palavras, como millones (milhões) e
mientras (enquanto). Para a ampliação do vocabulário dos alunos em
espanhol, ela promove trabalhos em grupo sobre temas como família,
alimentos, vestuário, casa e cores. Após pesquisas sobre os temas, os
estudantes fazem apresentações para os colegas, com cartazes, vídeos e
maquetes. “Sempre faço esse trabalho na primeira série do ensino médio; a
maioria dos alunos gosta”, revela. Com graduação em letras, Fátima
Regina tem pós-graduação em inclusão da língua espanhola.
Professora na mesma escola, Maria Enilda Gularte Nunes Martinez adota
livros, filmes, vídeos, músicas e poesias, entre outras opções, nas
aulas de espanhol. Também promove saídas pedagógicas, com visitas dos
alunos ao vizinho país. “O espanhol é a língua mais difundida no mundo,
depois do inglês, e uma das mais promissoras no mercado de trabalho”,
diz. “Então, aprender o idioma é uma necessidade imperiosa no mundo
atual.”
Para Maria Enilda, muitas perspectivas surgem a partir do poderio do
idioma no mundo. Ela constata, no entanto, que no Brasil a influência da
cultura espanhola ainda é pequena, apesar da proximidade e das
fronteiras com países de língua hispânica. Formada em letras, Maria
Enilda tem especialização em supervisão e orientação escolar.
A escola Carlos Kluwe, com 1,3 mil alunos, oferece aulas de espanhol
desde 1998. Inicialmente, no centro de línguas da própria unidade de
ensino, como opcionais. Integrante do currículo obrigatório, o espanhol é
ministrado, este ano, nos dois primeiros anos do ensino médio.
“Boa parte da população de Bagé entende e fala o espanhol. Nossa
cidade fica a 60 quilômetros da fronteira”, destaca o professor Cezar de
Quadros Palomeque, diretor da escola. “A importância de oferecer aulas
de espanhol está em incentivar a aprendizagem dos jovens.”
Professor de estudos sociais, com pós-graduação em sociologia,
Palomeque está no magistério há 35 anos. Atuou como professor de
história e geografia durante seis anos.
Fonte :http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=21418
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