terça-feira, 22 de setembro de 2015

CASTRO ALVES - BIOGRAFIA - LITERATURA


Castro Alves nasceu aos 14 de março de 1847 na fazenda Cabaceiras, próximo a Curralinho, atual Castro Alves, filho do Dr. Antônio José Alves e D. Clélia Brasília da Silva Castro.

Em 1852 transfere-se com a família para Muritiba e depois para São Félix, onde recebe as primeiras letras.

Em 1854 muda-se com a família para Salvador, na rua do Rosário, nº 1, sobrado onde ocorrera o assassinato de Júlia Feital, o célebre crime da bala de ouro.

1855 - Muda-se para a rua do Paço, em Salvador.

1856 - Estuda no Colégio Sebrão.

1858 - Passa a estudar no Ginásio Baiano, de Abílio César Borges, futuro Barão de Macaúbas. Passa a residir no Solar da Boa Vista.

1859 - Falecimento da mãe, d. Clélia de Castro Alves.

1860 - Recita no dia 09 de setembro, as suas primeiras poesias no Ginásio Baiano.

1861 - Declama, a 3 de julho, o seu primeiro poema dedicado ao 2 de julho, ainda no Ginásio Baiano.

1862 - Casamento do pai, Dr. Antônio José Alves, com a viúva Maria Ramos Guimarães. Transfere-se para o Recife com o irmão mais velho, José Antônio. A 23 de junho publica, no Jornal do Recife, " Destruição de Jerusalém" .

1863 - Tenta, sem êxito, em março, matricular-se na Faculdade de Direito do Recife. Estréia de Eugênia Câmara no Teatro Santa Isabel. Sofre uma hemoptise e publica seus primeiros versos abolicionistas. Seu irmão José Antônio, com sintomas de desequilíbrio mental, é transferido para o Rio de Janeiro.
Eugênia Câmara Teatro Santa Isabel

1864 - Suicídio de José Antônio, em Curralinho. Matricula-se no primeiro ano do curso jurídico e redige com colegas o jornal O Futuro. Escreve " Mocidade e Morte", com o título primitivo de "O Tísico". Volta para a Bahia em outubro, interrompendo o curso.

1865 - Retorna, em março, ao Recife, em companhia de Fagundes Varela. A 11 de agosto, na data comemorativa da abertura dos cursos jurídicos declama " O século". Passa a residir na rua do Lima, em companhia de Idalina, onde escreve diversos poemas de Os escravos. Alista-se no Batalhão Acadêmico de Voluntários para a Guerra do Paraguai, a 19 de agosto. Em dezembro desembarca na Bahia, em companhia de Fagundes Varela.

1866 - Falecimento do pai, a 23 de janeiro. De volta ao Recife, matricula-se no segundo ano do curso jurídico. Funda uma sociedade abolicionista com Rui Barbosa e outros colegas. Lança o jornal A Luz. Polemiza pela imprensa com Tobias Barreto. Em 7 de setembro, no Teatro Santa Isabel, recita "Pedro Ivo". Torna-se amante de Eugênia Câmara.

1867 - Vive com Eugênia Câmara no povoado do Barro, onde conclui o drama Gonzaga. Em maio retorna com ela para a Bahia. Em 7 de setembro o Gonzaga estréia no Teatro São João, com grande sucesso. Em outubro volta a residir na Boa Vista.

Castro Alves

1868 - Viaja, a 8 de fevereiro, para o Rio de Janeiro, sempre em companhia de Eugênia Câmara. É recebido por José de Alencar e Machado de Assis. A 11 de março parte para São Paulo. Declama a "Ode ao Dous de Julho", no Teatro São José, com grande consagração. Em 7 de setembro recita "O navio negreiro", também triunfalmente. Estréia do Gonzaga, a 25 de outubro, no mesmo teatro. Desentendimentos seguidos de separação com Eugênia Câmara. A 11 de novembro, durante uma caçada no Brás, a espingarda dispara acidentalmente, alojando-se toda a carga no calcanhar esquerdo do poeta.


1869 - Matricula-se no quarto ano jurídico, começando a sofrer de enfraquecimento pulmonar. Chega ao Rio de Janeiro, profundamente combalido, a 21 de maio. Hospeda-se na casa de seu amigo Luís Cornélio dos Santos, onde tem o pé amputado, a frio, no mês de junho. Último encontro com Eugênia Câmara, no Teatro Fênix Dramática, a 31 de outubro. Embarca para a Bahia a 25 de novembro.

1870 - Segue, a conselho médico, para Curralinho, e depois para a fazenda Santa Isabel, em Orobó, onde termina A Cachoeira de Paulo Afonso. Volta em setembro para Salvador, onde, no mês seguinte, lança as Espumas Flutuantes.
Curralinho Farol da Barra, onde Castro Alves costumava passear a cavalo

1871 - Apaixona-se pela cantora italiana Agnèse Trinci Murri. Recita pela última vez, a 10 de fevereiro, na Associação Comercial, em benefício das crianças francesas vítimas da Guerra Franco-Prussiana. Seu estado de saúde agrava-se após a noite de São João. Expira às três e meia da tarde do dia 6 de julho, no Palacete do Sodré, junto a uma janela banhada pelo sol.

Castro Alves morreu em 06 de julho de 1871, na cidade de Salvador-Bahia.

Suas poesias mais conhecidas são marcadas pelo combate à escravidão, motivo pelo qual é conhecido como "Poeta dos Escravos". Foi o nosso mais inspirado poeta condoreiro.

As obras de Castro Alves

Poesia

Espumas Flutuantes, 1870
A Cachoeira de Paulo Afonso, 1876
Os Escravos, 1883
Hinos do Equador, em edição de suas Obras Completas (1921)
Tragédia no Mar
O Navio Negreiro

Teatro

Gonzaga ou a Revolução de Minas, 1875

Homenagem

O trabalho de resgate e preservação de suas obras foi fruto da dedicação do antigo colega e amigo Ruy Barbosa e fruto da campanha abolicionista, que tomou corpo a partir de 1881. Posteriormente, Afrânio Peixoto, ex-presidente da Academia, reuniu em dois volumes toda a produção do poeta, bem como escritos diversos (sob os títulos de "Relíquias" e "Correspondência").

Em 1947 o Instituto Nacional do Livro, do Ministério da Educação e Cultura, comemorou o centenário do nascimento do poeta com uma grande exposição, da qual resultou um livro comemorativo, trazendo importantes documentos que fizeram parte do evento.

O aspecto social da poesia de Castro Alves, em poemas como "O Navio Negreiro" e "Vozes d'África", ambos publicados no livro Os Escravos, foi um dos motivos principais para a sua popularização. Nesse sentido, autores como Mário de Andrade, no modernismo, dedicaram-lhe inúmeros ensaios.

Bibliografia:
De Castro Alves
ALVES, Antônio de Castro. Obra Completa. 3ª reimp. 2ª ed., Rio de janeiro: Nova Aguilar, 1997.
Os melhores poemas. 2ª ed., São Paulo: Global, 1985.
Poesia. 6ª ed., Rio de Janeiro: Agir, 1980.
Sobre Castro Alves
CALMON, Pedro. Castro Alves, o homem e a obra. 3ª ed., Rio de Janeiro: José Olympio, 1973.
HORCH, Hans J. Bibliografia de Castro Alves. Rio de Janeiro: INL, 1960.
MARQUES, Xavier. Vida de Castro Alves. 2ª ed., Rio de Janeiro: Anuário do Brasil, 1924.
PEIXOTO, Afrânio. Castro Alves, o poeta e o poema. 3ª ed., Rio de Janeiro: Jackson, 1944. PORTAL ESCOLA

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