quarta-feira, 9 de agosto de 2017

O que é disgrafia?


Escrita manual extremamente pobre ou dificuldade de realização dos movimentos motores necessários à escrita.
  • As principais características da disgrafia são a dificuldade para escrever, a escrita marcada por junção de letras maiúsculas e minúsculas, a mistura de letras do tipo bastão e cursiva, letras muito juntas ou incompletas, dificuldade ou lentidão para realizar cópias, falta de respeito aos limites espaciais de escrita, emprego de muita força ou pouca pressão no momento da escrita, comprometendo a caligrafia.
  • Dentre outras características estão também: a troca de letras que se parecem sonoramente (faca, vaca); confusões de sílabas (encontraram / encontrarão); adições (ventitilador); fragmentações (em saiar, a noitecer); omissões (cadeira, cadera); inversões (pipoca, picoca); junções (nodiasiguinte, sairei maistarde).
  • A criança disgráfica tem o desenvolvimento intelectual normal. No entanto ela é incapaz de produzir uma escrita culturalmente aceitável, e isso acaba interferindo em toda a sua produção e aproveitamento acadêmico.
  • São encontrados nos disgráficos, perturbação da lateralidade, do esquema corporal e das funções perceptivo-motoras, bem como perturbação de eficiência psicomotora (motricidade débil, perturbações leves do equilíbrio).
  • A disgrafia pode ser adquirida por lesão ou pode ser resultado de uma disfunção no Sistema Nervoso Central. A disfunção resulta no desenvolvimento anormal da habilidade de escrever;
  • Como se trata de uma disfunção do SNC, a disgrafia pode atingir todas as classes sociais e se a criança não recebe a devida estimulação o problema tende a se agravar;
  • Podemos encontrar dois tipos de disgrafia:
  1. Disgrafia Motora (discaligrafia): o indivíduo consegue falar e ler, mas encontra dificuldades na coordenação motora fina para escrever as letras, palavras e números, ou seja, vê a figura gráfica, mas não consegue fazer corretamente os movimentos para escrever.
  2. Disgrafia Perceptiva: o indivíduo não consegue fazer relação entre o sistema simbólico e as grafias que representam os sons, as palavras e as frases. Possui as características da dislexia, sendo que esta está associada à leitura e a disgrafia está associada à escrita.
O problema atinge uma média de 4% da população com transtornos de aprendizagem.
É importante que se busque intervenções o mais precocemente possível de modo a amenizar o problema da caligrafia. Dentre estas estariam:
  • Iniciar tratamento psicopedagógico que dê enfoque à estimulação linguística global e atendimento individualizado complementar a escola.
  • Pais e professores devem evitar repreender a criança pelos problemas específicos.
  • A escola deve reforçar o aluno de forma positiva sempre que conseguir realizar uma conquista.
  • Enfatizar a expressão oral nas avaliações escolares.
  • Encorajar a expressão gráfica da criança através de diferentes materiais (artes plásticas, pinturas, desenhos). Todas as tarefas que impliquem o uso das mãos e dos dedos são positivas.
  • Incitar a criança a recortar desenhos, figuras, colar e picotar.
  • Promover situações prazerosas em que a criança utilize a escrita, como escrever pequenos recados, fazer convites e escrever postais.
  • Incentivar a realização de atividades como contornar figuras, pintar dentro dos limites, ligar pontos, seguir tracejados, dentre outros exercícios que estimulem o desempenho motor.
Deborah Ramos | Psicopedagoga e Psicanalista Infantil
www.deborahramos.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário


                                Clique na Imagem  e visite    o blog