Os 62 anos do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) foram comemorados nesta terça-feira, 11, em solenidade no auditório do MEC, com o lançamento do segundo concurso anual de melhores receitas, envolvendo merendeiras de todo o país. Além do ministro da Educação, Mendonça Filho, estavam presentes o presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, Silvio Pinheiro,e representantes de organismos estrangeiros.
Mendonça Filho destacou a prioridade que o governo federal tem dado a iniciativas que contribuem para um ensino público de melhor qualidade no Brasil. Uma delas foi a decisão, neste ano, de aumentar em 20% os valores dos repasses da União para a merenda escolar aos estados e municípios, após anos de defasagem.
“É um programa compartilhado que teve reduzida a importância da participação federal no orçamento necessário à sua viabilização”, apontou. “Retomando esse reajuste, mostramos claramente a nossa postura de prestigiar e reconhecer algo que vem dando certo e que contribui de forma efetiva para a educação.”
Graças ao Pnae, são servidas 50 milhões de refeições por dia para 41 milhões de estudantes. O trabalho conta com a atuação de 6 mil nutricionistas. Para 2017, estão sendo investidos recursos de R$ 4 bilhões.
Repercussão – Silvio Pinheiro, presidente do FNDE, autarquia vinculada ao MEC responsável pela distribuição dos recursos do Pnae, salientou que o programa tem ultrapassado fronteiras e, por isso, também vem chamando a atenção de outros países, muitos na América Latina, como Costa Rica e México. “Todos os meses temos servidores que viajam para fora, a fim de mostrar o nosso trabalho”, explicou.
O fato de ser um programa que atravessa inúmeros governos foi igualmente lembrado por Gustavo Chianca, assistente da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO). “O Brasil, hoje, está ‘bem na foto’”, destacou. “Por meio de uma pesquisa feita recentemente, a FAO anunciou que saiu do mapa da fome. Menos de 5% da população brasileira se enquadrava na faixa de insegurança alimentar. Um dos fatores para esse resultado é a alimentação escolar, referência internacional.”
Benefícios – Daniel Balaban, diretor do Centro de Excelência contra a Fome da ONU, enumerou alguns reflexos positivos comprovados do programa: redução do abandono escolar, maior aprendizado (quando o estudante está bem-alimentado) e desenvolvimento econômico local – pois 30% dos produtos comprados são da agricultura familiar. Segundo Balaban, em algumas nações de origem muçulmana, o programa tem contribuído também para a igualdade de gênero. “Aumentam as matrículas de meninas pelos pais, porque elas passam a ter o que comer fora de casa”, situou.
Mas saciar a fome não é a única preocupação. Pelo menos por parte das merendeiras, a comida precisa ser saborosa. É onde fica em evidência o papel desta importante categoria, representada na cerimônia do MEC por Maria de Lourdes Fidelis, de Matelândia (PR). Ganhadora da primeira edição do Concurso Melhores Receitas da Alimentação Escolar com o prato vencedor Torta nutritiva de arroz, ela revela um dos segredos do sucesso de suas colegas: “A gente não precisa de temperos industrializados. Importante é amor, carinho e dedicação”.
Assessoria de Comunicação Social
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